Há uma diferença considerável entre a colocação pronominal na fala descontrída e a do texto formal.
observe a frase abaixo:
"Dilma merece que lhe deizem em paz ao menos durante os quatro meses em que se submeterá a quimioterapia."
-Merece que LHE deixem em paz. Na frase acima foi usado o pronome oblíquo átono LHE. É a forma objetiva indireta e corresponde a "a ele/a ela".
A forma correta é: "Dilma merece que A deixem em paz anos menos..."
O pronome LHE utilizado como complemento de verbo transitivo direto, contrariando a norma culta, ´e comum `alinguagem oral, principalmento do Rio de Janeiro para o Norte. O LHE substitui bem os complementos preposicionados: "deu-lhe" em vez de "deu a ele"; "deixou-lhe", por "deixou a ela" etc.nessas regiões, é comum ouvir coisas como "eu lhe encontro", "eu lhe amo", eu lhe vejo mais tarde". Em São Paulo se ouvem constantemente construções como "se você for, eu te vejo", vai indo que nós te encontramos", vamos te rever só quando você chegar etc., em mistura de pronomes da segunda pessoa como o resto da oração na terceira.E no Sul, "tu vai","tu vem", "tu quer", pronomes na segunda pessoa e verbos na terceira.
É a linguagem oral e regional descontraída, despreocupada com a variante culta do idioma.
Quem deixa - deixa alguma coisa, deixa algo. essa alguma coisa ou algo, objeto direto de deixar, é bem substituída pelo peonome -o (O,A,OS,AS) que funciona sempre como complemento de verbos transitivos diretos na linguagem formal algo rebuscado. Transitivos diretos (TD), já se sabe, são os verbos que exigem complemento sem preposição: "deixar algo", "fazer algo", "comer algo"," ver algo". Os transitivos indiretos (TI) são verbos cujo sentido é completado por complementos preposicionados. Quer dizer, os complementos dos verbos transitivos indiretos são acompanhados de preposição, ainda que ímplica. "Gostar de", precisar de", "recorrer a", "conviver com", "derivar de ". Os transitivos diretos são muitíssimo mais frequentes do que os indiretos. Em relação à transitividade, há também os transitivos diretos e indiretos
(TDI): "antepor algo a alguém ou a alguma coisa", "habituar alguém a algo", implorar alguém a ou para algo" ou "implorar algo a alguém", "deixar algo a alguém" etc.
Há também os intransitivos (I), que dispensam a obrigatoriedade dos complementos: "correr", "morrer", "viver", "rir". Claro que essa classificação é um tanto genérica e não absoluta porque os verbos podem mudar de natureza, dependendo da construção.
LETRAS E APONTAMENTOS
O objetivo do site Letras e Apontamentos traz como conteúdo principal diversas unidades didáticas e paradidáticas com apêndices de avalição. Está dirigido ao alunado como fonte de informação e aprimoramento de uma aprendizagem capacitada de língua portuguesa voltada gramaticalmente para os estudos e métodos relacionados com a forma correta da escrita.
sábado, 12 de março de 2011
O LUGAR DO PRONOME -02-
PRÓCLISE (continuação)
-Encontros-
Os pronomes o/a, os/as, representados na forma lo/la, los/las, aparecem sempre depois do verbo no infinitivo ou das formas verbais terminadas em -s e -z, que, naturalmente, perdem as consoantes no encontro com o pronome. É o que ocorre com as também variantes no/na, nos/nas em relação às formas verbais terminadas por -am, -em.
"Fi-lo porque quis"( "Fiz" mais "o".)
"Fê-lo porque ninguém lhe disse que não era para fazê-lo." ("Fez" e "Fazer" mais "o".)
"Não podemos perdê-la." ( "Perder" mais "a".)
"Convidamo-lo para ser candidato." ( "Convidamos" mais "o".)
"Levaram-na à força."
"Forçaram-na a dizer coisas que não queria."
"Levem-no daqui."
DOIS VERBOS
Na frase em quehá dois verbos funcionado como um auxiliar mais infinitivo, gerúndio ou particípio, a próclise ao verbo principal em geral prevalece.
"Eles precisam nos avisar."
"Ela quer me enciumar."
"Os congressistas estão se matando de trabalhar por nós."
"Nossos representantes estão nos representando bem."
"Todos os alunos tinham se cansado de estudar aquela matéria."
Em textos doemais, há outras duas possibilidades, visíveis no uso dos mesmos exemplos. Ou liga-se o pronome átno por hífem ao verbo auxiliar, quando for possível, ou usa-se a ÊNCLISE ao verbo principal,
Ênclise- depois do verbo-
VERBO AUXILIAR
Com as formas o/a, os/as, mais frequentes na variedade formal, em geral ocorre próclise ao verbo auxiliar; a menos que a construção seja composta por infinitivo ou gerúndio, caso em que a ênclise a essas duas formas nominais poderá ser então mais cabível. Se a ênclise for ao infinitivo, o pronome assume as formas variantes lo/la,los/las.
"Eles não a tinham de chamar."
"Eles não tinham de convocá-la."
"Eu a devia ter convidado."
"Eu devia tê-la convidado."
"Elas a podem rejeitar."
"Elas podem rejeitá-la."
"Nós os estamos condenando."
"Nós estamos condenando-os."
As variantes no/na,nos/nas, dos pronomes o/a,os/as, são esclusivas dos registros formais e sempre enclíticas às formas verbais terminadas por vogal ou ditongos nasais -am/-em.
"Levantamo-nos cedo para trabalhar mais."
"Tragam-nos aqui imediatamente, por favor."
"Peguem-nas por mãos e pés."
fonte de referência:
Revista Língua Portuguesa- FNDE-
Professor Luiz César Frade
-Encontros-
Os pronomes o/a, os/as, representados na forma lo/la, los/las, aparecem sempre depois do verbo no infinitivo ou das formas verbais terminadas em -s e -z, que, naturalmente, perdem as consoantes no encontro com o pronome. É o que ocorre com as também variantes no/na, nos/nas em relação às formas verbais terminadas por -am, -em.
"Fi-lo porque quis"( "Fiz" mais "o".)
"Fê-lo porque ninguém lhe disse que não era para fazê-lo." ("Fez" e "Fazer" mais "o".)
"Não podemos perdê-la." ( "Perder" mais "a".)
"Convidamo-lo para ser candidato." ( "Convidamos" mais "o".)
"Levaram-na à força."
"Forçaram-na a dizer coisas que não queria."
"Levem-no daqui."
DOIS VERBOS
Na frase em quehá dois verbos funcionado como um auxiliar mais infinitivo, gerúndio ou particípio, a próclise ao verbo principal em geral prevalece.
"Eles precisam nos avisar."
"Ela quer me enciumar."
"Os congressistas estão se matando de trabalhar por nós."
"Nossos representantes estão nos representando bem."
"Todos os alunos tinham se cansado de estudar aquela matéria."
Em textos doemais, há outras duas possibilidades, visíveis no uso dos mesmos exemplos. Ou liga-se o pronome átno por hífem ao verbo auxiliar, quando for possível, ou usa-se a ÊNCLISE ao verbo principal,
Ênclise- depois do verbo-
- Os senadores dizem que estão a acusá-los sem provas.
- Viram-nos vender passagens da cota parlamentar.
VERBO AUXILIAR
Com as formas o/a, os/as, mais frequentes na variedade formal, em geral ocorre próclise ao verbo auxiliar; a menos que a construção seja composta por infinitivo ou gerúndio, caso em que a ênclise a essas duas formas nominais poderá ser então mais cabível. Se a ênclise for ao infinitivo, o pronome assume as formas variantes lo/la,los/las.
"Eles não a tinham de chamar."
"Eles não tinham de convocá-la."
"Eu a devia ter convidado."
"Eu devia tê-la convidado."
"Elas a podem rejeitar."
"Elas podem rejeitá-la."
"Nós os estamos condenando."
"Nós estamos condenando-os."
As variantes no/na,nos/nas, dos pronomes o/a,os/as, são esclusivas dos registros formais e sempre enclíticas às formas verbais terminadas por vogal ou ditongos nasais -am/-em.
"Levantamo-nos cedo para trabalhar mais."
"Tragam-nos aqui imediatamente, por favor."
"Peguem-nas por mãos e pés."
fonte de referência:
Revista Língua Portuguesa- FNDE-
Professor Luiz César Frade
O LUGAR DO PRONOME
"A colocação pronominal depende mais do ritmo e do equilíbrio da frase do que de rígidas regras sintáticas, mas sua posição não é tão livre assim".Nas variedades linguísticas brasileiras, o pronome oblíquo átono costuma flutuar irresponsável entre as formas verbais. Mas não convém exagerar, como fazem sem querer alguns profissionais distraídos, porque, apesar de certa liberdade vigente entre nós,a gramática tenta sistematizar os fatos na variante culta da língua.
Como princípio, deve-se observar que o pronome átono se coloca sempre junto de uma forma verbal (PRÓCLISE, ÊNCLISE E MESÓCLISE)
PRÓCLISE
Antes do Verbo ( posição mais frequente entre nós pelo andamento da frase na língua).
- O deputado me convidou.
- Nós a queremos demais.
- Me dá um dinheiro aí.
Os pronomes o/a, os/as devem aparecer sempre junto dos verbos transitivos diretos, dos quais são complementos objetos diretos. Quanto a me/te/se/nos/vos, podem ser objetos diretos ou objetos indiretos, dependendo da natureza do verbo a que sirvam de complemento: transitivo direto ou transitivo indireto. Em relação a lhe/lhes, funcionam como objeto indireto na escrita formal.
PARTICÍPIO
Deve-se considerar que os pronomes átonos jamais se ligam ao particípio, que repele tanto a próclise como ênclise. Particípio é uma das formas nominais do verbo e se caracteriza pela desinência -do-: "amado", "comido", "partido", exceto alguns irregulares como "dito", "feito" e "posto". Quando há particípio na frase, o pronome se liga (ou liga-se) ao verbo auxiliar que o acompanha.
"Haviam-lhe contado que o Congresso é uma mamata."
"Eles lhe haviam contado que o Congresso é uma mamata."
"Tem-nos dito que a vida dos congressistas é duríssima."
"Ela nos tem dito que eles trabalham duas vezes por semana."
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
PROBLEMAS NA GRAFIA
Existem muitos problemas quanto a grafia das palavras, pois os vícios de se escrever como se fala é um grande pecado quando vamos redigir. Somos considerados até analfabetos por muitas vezes assim fazer.
Abaixo segue algumas palavras do qual no cotidiano encontramos com erros de escrita:
EQUIVOCO CORRETO
advinhar adivinhar
ascenção ascensão
apropiado apropriado
beneficiente beneficente
distoar destoar
excessão exceção
encapuçado encapuzado
frustado frustrado
flagrância fragrância
Impecilho empecilho
paralizar paralisar
pertubar perturbar
previlégio privilégio
xuxu chuchu
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
MALES DA CRASE
PEQUENOS CUIDADOS EVITAM GRANDES CONSTRANGIMENTOS
Não existe crase antes de verbos, de palavras masculinas; quando usamos apenas a preposição antes de palavras femininas no plural; a entre palavras repetidas e antes de pronomes pessoais.
"Ofereci ajuda à coordenadora." = " Ofereci ajuda para a coordenadora."
mas
" Ofereci ajuda a ela = "Ofereci ajuda para ela.
Não existe crase antes de verbos, de palavras masculinas; quando usamos apenas a preposição antes de palavras femininas no plural; a entre palavras repetidas e antes de pronomes pessoais.
Ocorre a crase sempre que, ao substituir a palavra feminina por uma masculina, aparece a combinação ao . "Amanhã iremos ao colégio." = "Amanhã iremos à escola".
Há uma fórmula mnemônica, ou seja, que ajuda a nossa memória a utilizar a crase. Se vou a e volto da, crase há. Exemplo:
"Se vou à biblioteca e volto da biblioteca."
"Se vou a e volto de, crase pra quê?
- Usa-se oacento grave sobre o a quando ele equivale
"Ofereci ajuda à coordenadora." = " Ofereci ajuda para a coordenadora."
mas
" Ofereci ajuda a ela = "Ofereci ajuda para ela.
- A crase é utilizada quando a preposição a vier antes de aquele e aquilo, mesmo sendo palavras masculinas.
- A crase é facultativa antes de pronomes possessivos e nomes próprios femininos.
APONTAMENTOS
Os erros de linguagem se enquadram em duas eferas: forma e conteúdo.O conteúdo abrange questões de qualidade do texto, como a escolha das palavras, que devem se adequadas ao público e ao objetivo do texto, tendo, coerência, coesão, clareza e objetividade. Já a forma diz respeito à ortografia e uma pontuação que facilite a leitura e o entendimento do texto, ou seja, que a comunicação seja clara.
GRAMÁTICA: É o meio pelo qual estruturamos nossos pesamentos. É o conjunto de regras que permite a relação harmônica e coerente entres as palavras.
ORTOGRAFIA: Mesmo com o corretor ortográfico,há erros que não são detectados. Não confie cegamente em corretores eletrônicos. A ortografia é um dos componentes mais desafiadores da comunicação escrita em português.
PONTUAÇÃO: Responsável pela clareza dos textos. Se não for utilizada corretamente,haverá, fatalmente, problemas de compreensão
ACENTUAÇÃO: Erros também podem ser detectados pelo corretor, mas, além de ele não ser totalmente confiável, é necessário ter uma versão atualizada por conta das novas regras da reforma ortográfica.
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